Talvez a única desvantagem de se planejar um casamento com antecedência seja o excesso de tempo para pensar no que pode dar errado. Tudo toma uma dimensão exagerada nessa época. Qualquer desentendimento pode levar a uma crise do tipo "será que é isso que eu quero para o resto da vida?". Não há como prever o que será acordar um dia após o outro ao lado da mesma pessoa, administrar crises financeiras, a criação de um filho, etc.
Como, então, saber se vai dar certo? Garantia absoluta, 100%, ninguém tem. A vida em casal, às vezes, me parece tão frágil quanto a bolinha de sabão da foto. Você faz o possível para deixá-la redondinha e perto de você. Do nada, vem um vento e leva ela para longe.
Mas as pistas estão por aí, por todos os lados. Dia desses Pilar e eu estávamos conversando sobre as vidas amorosas de alguns conhecidos e nos pegamos discutindo porque umas relações deram certo e outras não. Um é muito pegajoso, outro gosta de espaço. Um casal tem pouco tempo para se ver, outro se encontra demais. Ele é mulherengo, ela é ciumenta. Ele gosta de esporte, ela odeia. Ele quer sexo demais, ela evita o máximo que pode (pelamordedeus, não estou falando de ninguém específico aqui!).
Nessas horas, a gente começa a perceber porque chegou a saudáveis cinco anos de namoro (faltam 17 dias para nossas bodas de madeira - ou ferro, segundo a Wikipédia). Como diria Guga, "são essas coisas que te dão mais motivação e confiança" de que você está no caminho certo. Aprendemos a ver que, sem notar, driblamos com sucesso obstáculos que costumam incomodar casais em vários estágios de uma relação.
Pilar e eu já não podemos mais para esconder aqueles pequenos defeitos, ocultos nos primeiros meses. Eu não gosto (e não sei) dançar, embora tenha ensaiado um forró em uma de nossas primeiras saídas como namorados. Ela também tem umas manias esquisitas (deixo a ela a tarefa de revelá-las, se assim quiser), mas e daí? Quem define o que é normal ou estabelece regras de comportamento?
Enfim, casamento é um salto de fé, é acreditar que tudo de bom que se vive em um relacionamento pode se tornar ainda melhor. É acreditar que você está pronto para dividir tudo com alguém que se ama e fazer essa pessoa mais feliz. E eu acredito que estou.
P.S.: No próximo post, eu volto a falar sobre a cerimônia.